O 74º Grupo Escoteiros Pedra Grande tem sua sede localizada no Parque Edmundo Zanoni em Atibaia-São Paulo.

Atividades aos Sábados de 15:00 as 17:00

Desponta O Regente

Desponta O Regente

No sentido figurativo, ao se iniciar a década de 30, havia considerável número de músicos, ou seja, de instituições escoteiras, firmemente empenhadas em executar as partituras que elas próprias haviam escrito. Faltava o Regente, com a batuta de Maestro, para definir o tom e Conduzí-los na execução da grande sinfonia escrita por B-P. naqueles anos, o Chefe Benjamim Sodré, o Velho Lobo, mantinha uma Seção sobre Escotismo na Revista infanto juvenil "O TICO TICO". Na edição do dia 32 de janeiro de 1924 publicou um artigo que refletia a conjuntura do Escotismo àquela época, como se vê; a seguir:

Um exemplo a seguir pelas Associações de Escotismo no Brasil

O Escotismo pode-se considerar definitivamente firmado entre nós. Já se passou, aquele período de propaganda vivíssima em que era quase um dever só entoar loas, e esconder os defeitos.

Hoje pode-se sem perigo apontar os males. E esse é o dever.

Entre nó quatro grandes associações dirigem o movimento escoteiro nacional: a Associação Brasileira de Escoteiros, com sede em São Paulo, Associação de Escoteiros Catholicos do Brasil, a Comissão Centra de Escotismo e a Confederação Brasileira de Escoteiros do Mar, com sede no Rio.

Refletindo o espírito de pouca harmonia dos brasileiros que vivem a brigar; essas associações se correspondem, se entendem, mas não se ligam.

Sofre com isso o Escotismo, que se desenvolve entre nós sem a precisa uniformidade, e sofre o nome do Brasil, que de outro modo poderia figurar entre as grandes potências escoteiras, cousa que não é de desprezar hoje, quando o escotismo tem por mais de uma vez ocupado a atenção e sugerido discussões na Liga das Nações.

Um paíz possuir cem, duzentos mil escoteiros deve ser, forçosamente, uma razão de consideração no conceito demais. Nós caminhamos para esses números, mas como nossos esforços são dispersos, aparecem sempre informações parciais.

Tentativas têm sido feitas para reunir as Associações, mas todas vãs, porque ora a vaidade de domínio, ora pequeninas questões pessoais conservam afastadas forças preciosas que deveriam unir, valendo pelo dobro.

É, um dever de todos, deste o mais pequenino escoteiro até ao mais importante Chefe, procurar criar uma atmosfera de harmonia entre todas as associações, para que elas se liguem constituindo uma confederação geral que possa representar o Escotismo do Brasil.

A seguir, Velho Lobo referiu-se ao exemplo do Escotismo francês e concluiu: Isso viria resolver o nosso caso. Nenhuma associação seria mais do que a outra, todas estariam no mesmo pé de igualdade e, suprema aventura, alguém poderia falar pelos \"Escoteiros do Brasil\", que já são tão numerosos mas que devem conservar-se mudos e desconhecidos porque são desunidos.

No dia 7 de setembro de 1924 o Padre Leovigildo França, Vice-Presidente da Associação de Escotismo Católicos, realizou interessante Conferência sobre o Escotismo. O ilustre Prelado fora o Chefe da Delegação que representou o país no Grande Jamboree Internacional em Copenhague. Sua Conferência, ilustrada com projeções, deu uma impressão muito nítida do que foi aquela grande concentração escoteira mundial. O Velho Lobo assistiu à Conferência e, comovido, afirmou: \"Para o futuro, o Brasil se deve representar, em qualquer reunião internacional, não por uma delegação de uma de suas Associações, mas por uma Delegação de Escoteiros do Brasil\". A seguir renovou o seu apelo feito em janeiro em \"O TICO TICO\" e remeteu cartas ou fez contatos pessoais com os principais responsáveis pelas Instituições Escoteiras convocando-os para se reunirem com o fim de criarem uma Associação Nacional do Escotismo Brasileiro. Com exceção do representante da Associação Brasileira de Brasileira de Escoteiros, de São Paulo, todos os demais atenderam ao convite. Passaram a se reunir, seguidamente, na sede do Clube Naval, no Centro da cidade do Rio de Janeiro. Dado o grande interesse e a boa vontade de todos, a tarefa foi fácil e, em 4 de novembro de 1924, foi fundada a UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL – UEB. Sua primeira sede provisória foi no Clube Naval.

A UEB iniciou sua vida pela justaposição de Federações que praticavam o Escotismo por conta própria. Haviam elas construído seus patrimônios, suas culturas próprias e gozavam de plena independência. No primeiro Estatuto da UEB houve a preocupação em preservar a autonomia de que desfrutavam as Federações. Foram necessários vinte e seis anos para que, em 1950, se consolidasse a completa integração do Movimento Escoteiro no Brasil. No bojo da imprescindível reforma foram extintas todas as federações, incluindo-se, obviamente, as de Terra, Mar e Ar, e se desfez a tradicional trindade encontrada na natureza e que se refletia no Escotismo brasileiro; surgiram as modalidades Básica, Mar e Ar.

Matéria elaborada pelo CENTRO CULTURAL DO MOVIMENTO ESCOTEIRO em janeiro de 1999.

Nenhum comentário: